EVANDRO LINS E SILVA

Jurista piauiense. Mais famoso advogado da história recente do país, destacou-se na defesa de presos políticos e no impeachment do presidente Fernando Collor. Evandro Cavalcanti Lins e Silva (1912-18/12/2002) nasce em Parnaíba (PI), cidade para a qual o pai, juiz municipal, fora designado. Passa a infância e a adolescência no Piauí, no Maranhão e em Pernambuco. Aos 15 anos, muda-se definitivamente para o Rio de Janeiro, completando seus estudos no Colégio Pedro II. Trabalha como jornalista em A Batalha e em O Diário de Notícias, enquanto cursa a Faculdade Nacional de Direito, atual Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio. Participa ativamente da agitação política que culmina com a Revolução de 1930. Sobe pela primeira vez na tribuna em 1931, para defender um jovem chamado Otelo, acusado de assassinar a namorada por ciúme. Leva consigo um exemplar do livro homônimo de Shakespeare. Perde a causa, mas inicia longa carreira marcada pela ousadia. Durante o Estado Novo, defende presos políticos no Tribunal de Segurança Nacional. No governo João Goulart, atua como chefe da Casa Civil, procurador-geral da República e ministro das Relações Exteriores. É nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1963. Volta a atuar a favor de presos políticos durante o regime militar de 1964. É cassado com base no AI-5 em 1969 e perde seu cargo de ministro do STF. Em 1979, usa o argumento de legítima defesa da honra no caso Doca Street, acusado de matar a namorada, e com isso provoca a indignação de organizações feministas. Em 2000, coordena a defesa de José Rainha, líder do Movimento dos Trabalhores Rurais Sem-Terra (MST), acusado do assassinato de um fazendeiro no Espírito Santo, e consegue sua absolvição. Desde 1998, é membro da Academia Brasileira de Letras. Em 2002, inaugura uma faculdade de direito com seu nome no Rio de Janeiro. No dia 12 de dezembro de 2002, vindo de Brasília, onde havia sido nomeado integrante do Conselho da República, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, desequilibrou-se ao subir no canteiro que divide duas pistas em frente ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O advogado ainda foi submetido a duas cirurgias. Morreu em 18 de dezembro de 2002, aos 90 anos, vítima de traumatismo craniano, deixando quatro filho, 11 netos e dois bisnetos