Mário Pedrosa

Crítico de arte pernambucano. Um dos principais estudiosos de arte do país, especialmente preocupado com a interpretação da abstração. Mário Pedrosa (25/4/1900-5/11/1981) nasce no engenho Jussaral, na cidade de Timbaúba, o sexto entre dez irmãos. Estuda direito entre 1920 e 1923. Vem para São Paulo em 1942 e filia-se ao Partido Comunista, influenciado pelas idéias marxistas. Viaja para a Rússia em 1927, mas adoece no caminho e muda de planos. Decide ficar na Alemanha, onde se engaja na luta contra o nazismo e, ao mesmo tempo, estuda filosofia e sociologia com professores renomados. Retorna ao Brasil dois anos depois. Em 1933 estréia como crítico de artes plásticas, escrevendo o primeiro ensaio brasileiro de orientação marxista, publicado na revista Arte, Necessidade Vital. Defende a partir daí a importância da abstração na arte brasileira. Contrapõe-se, assim, à tendência predominante do figurativismo, que os modernistas acreditam ser mais adequado para expressar a realidade nacional. Sua participação nesse debate é interrompida após o golpe de Estado de 1937, quando, já casado com Mary Houston, se exila na Europa e nos Estados Unidos. Só depois de 1944 retoma a polêmica no campo estético. Como colaborador de O Correio da Manhã, cria a seção de artes plásticas e publica diversos artigos em que discute a abordagem temática da abstração. Em 1953 integra o júri da Primeira Exposição Internacional de Arte Abstrata, realizada no Rio de Janeiro. A partir de 1961, dirige o Museu de Arte Moderna do Rio. Em 1968 lidera um movimento de boicote de artistas à 10ª Bienal de São Paulo, em protesto contra o regime militar. Com a instituição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) e o decreto de sua prisão, em 1970, exila-se em vários países, vivendo quatro anos em Paris. Revogado seu mandado de prisão, em 1977, retorna ao Brasil. Em 1979 é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).



publicado por LUCIANO às 16:48