JURUNA
Líder indígena mato-grossense. Primeiro e único índio a se eleger deputado federal (1983-1987), famoso por gravar promessas de políticos e depois exigir que fossem cumpridas. Mário (Dzururan) Juruna (3/9/1943-16/7/2002) nasce na reserva indígena xavante de São Marcos, no município de Barra do Garças, e recebe o nome cristão dos padres salesianos que catequizam a aldeia. O nome Juruna é uma homenagem de seu pai a uma tribo vizinha e amiga. Aos 17 anos presta voluntariamente o serviço militar e tem o primeiro contato duradouro com o homem branco. Deixa o quartel para trabalhar como peão, em fazendas da região, em troca de comida. Volta para a aldeia quatro anos depois e se torna cacique. Em 1974 vai para Brasília, onde denuncia o descaso da Funai e o extermínio sistemático dos índios, além de reivindicar a demarcação das terras xavantes. Ao ver que muitas das promessas feitas a seu povo nunca são cumpridas, passa a gravar as conversas com os políticos. Esse material seria reunido em livro, em 1983, com o título O Gravador do Juruna. Em 1980 representa os índios brasileiros no 4º Tribunal Bertrand Russel de defesa das minorias, em Rotterdam. Eleito deputado federal pelo PDT, quase é cassado no início do mandato, ao afirmar que "todo ministro é corrupto". Sem conseguir ser reeleito, perde espaço na imprensa e no cenário político. Desenvolve diabetes e passa a sofrer constantes problemas de saúde. Aos 62 anos, morre de insuficiência renal, em Brasília (DF).