Rachel de Queiroz
Escritora, jornalista e teatróloga cearense. Autora de destaque na ficção social nordestina e primeira mulher a ingressar Academia Brasileira de Letras. Rachel de Queiroz (17/11/1910-4/11/2003) nasce em Fortaleza. Em 1917, fugindo da seca, sua família parte para o Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retorna a Fortaleza dois anos depois. Em 1925, conclui o curso normal no Colégio da Imaculada Conceição. Estréia na imprensa no jornal O Ceará, escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano, lança em forma de folhetim o primeiro romance, História de um Nome. Aos 20 anos, fica nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, tem papel de destaque no desenvolvimento do romance nordestino. Já escritora consagrada, muda-se para o Rio de Janeiro em 1939. No mesmo ano é agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreve ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950). Passa quase 40 anos sem escrever, até lançar Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina adaptada para a TV em 1994. Na juventude, apresenta tendências esquerdistas, mas apóia a ditadura militar que se instala no país em 1964. Publica um volume de memórias em 1998. Em 2000, é homenageada por seus 90 anos de idade com a exposição Viva Rachel!, no Centro Cultural da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, e recebe da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) o título de doutora honoris causa. Atualmente, é colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Morre em 4 de novembro de 2003, pouco antes de completar 93 anos. A escritora havia sofrido recentemente um acidente vascular cerebral e morreu dormindo em sua casa no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro.