JOÃO DA CRUZ E SOUSA
Poeta simbolista catarinense (24/11/1861-19/3/1898). João da Cruz e Souza nasce em Desterro, atual Florianópolis, filho de escravos libertos. É criado e educado pelos ex-senhores de seus pais até 1870. Termina o estudo secundário e, após a morte de seus protetores, trabalha como professor em Florianópolis, onde publica várias crônicas abolicionistas e suas primeiras poesias em jornais locais. Durante muitos anos redige o jornal Tribuna Popular, no qual combate a escravidão e o preconceito racial. Em 1885 lança o primeiro livro, Tropos e Fantasias. Cinco anos depois se muda para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar na Estrada de Ferro Central e a colaborar no jornal Folha Popular. Sua poesia, de grande musicalidade, é marcada pela sublimação do amor e pelo sofrimento com o racismo, a pobreza e a doença. Com o livro Broquéis (1893) dá início ao simbolismo no Brasil. Escreve também Missal (1893), Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905), publicação póstuma, em que trata a morte como única forma de alcançar a liberação dos sentidos. Morre pobre, de tuberculose, na cidade de Sítio (MG).