JOÃO FILGUEIRAS LIMA
Arquiteto fluminense. Um dos mais consagrados representantes da arquitetura moderna no Brasil.João da Gama Filgueiras Lima (10/1/1932-), também conhecido como Lelé, nasce na cidade do Rio de Janeiro. Na juventude estuda piano e flauta e toca acordeão em uma banda. Com aptidão para o desenho, entra para a Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro em 1951. Na faculdade, conhece Oscar Niemeyer e é o primeiro arquiteto convidado por ele para trabalhar na concepção de Brasília, em 1957. Casa-se em 1960. Durante a construção da Universidade de Brasília, em 1962, viaja para o Leste Europeu, onde toma contato com obras pré-fabricadas eficientes e de baixo custo. Já nessa época, começa a direcionar sua arquitetura para a busca de soluções de problemas econômicos e sociais, o que viria a ser a marca registrada de seu trabalho. Professor da engenharia da recém-criada Universidade de Brasília, é demitido em 1965 por causa de suas posições políticas. Desenvolve a técnica da argamassa armada, material formado por cimento, areia e ferro que diminui o custo de uma obra em até 40% em relação às construções realizadas pelo método convencional. No decorrer dos anos 70 e 80, utiliza o princípio na construção de hospitais, passarelas, escolas e outras obras públicas, no Rio e na Bahia, onde, entre 1986 e 1988, ergue mais de 80 edificações. Em 1991 coordena a construção de 5 mil Centros Integrados de Assistência à Criança (Ciacs) em todo o país, baseado no modelo que anteriormente implantara no estado do Rio de Janeiro. Especializa-se na construção de hospitais, entre as quais se destacam as unidades para recuperação locomotora da rede Sarah Kubitschek. São edifícios que fogem à verticalização e têm jardins para banho de sol, sistema de ventilação que despreza o ar condicionado e cores vivas. "Hoje, quem quiser projetar um hospital atualizado tem, antes, de conversar com Lelé", diz Oscar Niemeyer. É homenageado na 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo em 1999. Em 2000 é escolhido para ser um dos representantes oficiais brasileiros na 7a Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália, ao lado do colega Paulo Mendes da Rocha. É também ganhador de um Grande Prêmio Latino-Americano da Bienal de Buenos Aires.