Václav Havel
Dramaturgo e político tcheco (5/10/1936-). Nasce em Praga. Estuda teatro na cidade na década de 60, quando começa a liderar a oposição ao governo comunista da então Tchecoslováquia, papel que mantém até a década de 90. Em 1977, funda, com outros intelectuais do país, o movimento Carta 77, que reivindica respeito aos direitos humanos. Por isso é condenado a dois anos de prisão domiciliar. Logo depois, em 1979, por ter liderado o Comitê de Defesa dos Perseguidos pelo Governo, é condenado a mais quatro anos. Em 1989, a abertura político-econômica promovida na União Soviética (URSS) pelo líder Mikhail Gorbatchov desencadeia na Tchecoslováquia a Revolução de Veludo – assim chamada pela maneira não violenta com que se efetua a derrubada do comunismo. A pressão popular pela libertação de Havel, preso novamente nesse ano, leva à queda do ministério e à renúncia do presidente Husák – em seu lugar assume Havel. Contudo, o crescimento da campanha pela separação da Tchecoslováquia em dois países gera, em 1992, a renúncia de Havel, contrário à secessão. No mesmo ano o país se divide e, em 1993, Havel elege-se chefe de Estado da República Tcheca. Suas peças A Festa (1963) e O Memorando (1965), que se incluem no gênero do teatro do absurdo, são encenadas no mundo todo. Em 1990, a peça Audiência, proibida por 20 anos na Tchecoslováquia, é montada em Praga. Apesar de ter a saúde debilitada por um câncer, é reeleito em 1998. Em julho de 2001, encontra-se em Praga com o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, para conversar sobre a União Européia. Doutor honoris causa em várias universidades das Américas e da Europa, é também condecorado por honra ao mérito em diversos países (inclusive o Brasil, em 1990). Em 2003, com a saúde debilitada, deixa o governo após 13 anos, anunciando sua aposentadoria da política.